Meu quintal...

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Dia de Finados

Hoje o dia está igual aos Dias de Finados na minha infância: céu azul, sol brilhante e um ventinho característico da época. Guardo na lembrança a festa que era este feriado, quando vinham os parentes de longe e nos reuníamos no cemitério. Os adultos conversavam sobre sabe-se lá o que. Sobre os mortos? Sobre os vivos? Só sei que as crianças, alheias aos assuntos de gente grande e ao sentido da morte, corriam por entre os túmulos (os pequenos que supúnhamos ser de crianças) abandonados pelos vivos e os que também já morreram, trazendo flores colhidas à beira da estrada para enfeitá-los. Flores amarelas com forte odor, que levávamos conosco na volta prá casa, o que era motivo de reclamação dos adultos, mas para nós era cheiro de dever cumprido. Ao meio-dia tínhamos o almoço em família, que lá pelas tantas surgia uma discussão, afinal. eram 11 irmãos, com cunhados e filhos!
E como dizem que recordar é viver, eu vivo o Dia dos Mortos!